
Nós professores devemos saber do imenso desafio de construção da Escola. Essa construção pressupõe duas ações extremamente difíceis uma viragem na forma mais comum de perceber. E a “destruição da Escola” que necessita da “recriação da Escola”.
A Escola que conhecemos cujo destino é ser destruída é essa que vamos todos os dias trabalhar, ensinar-aprender é uma estrutura panótipa. Feita para através da disciplina, deveres, filas, horários tornar os corpos dóceis como demonstra Foucault em “Vigiar e Punir”. Vemos em sua arquitetura similar a um presídio ou manicômio, tem muros altos, portões de ferro, vigias, seguranças, normas e punições. Onde os alunos agridem e ameaçam os professores e colegas, e professores esquecem o coleguismo, e alguns diretores, são verdadeiros carcereiros.
Essa escola deve ser destruída, talvez até em sua arquitetura, mas, principalmente por dentro, onde alunos e professores devem deixar de ser peças de uma estrutura, para serem pessoas.
A Escola que criaremos, será arrancada da vivencia de cada uma dessas pessoas da Escola. É o lugar político, não de politicagem, mas o lugar onde as pessoas possam ter vontade. Vontade não é determinada por necessidades, por preconceitos ou interesses. Vontade se funda no nada, nela mesma, é ato político por excelência, político por que humano, político por ser fruto da vontade, de pessoas livres, que não se reduzem economicamente a classes sociais, a etnias, a faixa etária ou a qualquer outro preconceito disfarçado de discurso “consciente”. Esse ser humano livre, não pode ser incluído em grupo, em ideologias, em crenças, não é rebanho pra nenhum pastor, ou vaqueiro.
Essa Escola humana, é sem teto, sem muro, sem controle, habita o interior de cada professor e aluno, aguardando seu tempo, de explodir em novidade estonteante, brotada do sonho de cada um de nós e proporciona alegria.
Profª Drª. Rita Célia Magalhães
Profª de Filosofia da UESC.